O senador Álvaro Dias deve ser anunciado nos próximos dias como coordenador do comitê da campanha presidencial de José Serra no Paraná
Abraão Benício do Bem Paraná
O senador Alvaro Dias (PSDB) deve ser anunciado nos próximos dias como coordenador do comitê da campanha presidencial de José Serra (PSDB) no Paraná. Os estrategistas tucanos acreditam que a indicação, além de recompensar Alvaro pela retirada de seu nome da chapa de Serra, seria uma forma de mantê-lo neutro na disputa pelo Palácio das Araucárias, onde seu irmão, senador Osmar Dias (PDT), enfrenta o ex-prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB).
Um dia antes da data limite para registro de candidaturas, Alvaro foi substituído pelo deputado federal Índio da Costa (DEM/RJ) como candidato a vice-presidente.
Ontem, em entrevista a emissoras de rádio, Alvaro disse que trabalhará apenas pelas candidaturas de Serra e do deputado federal Gustavo Fruet (PSDB), que concorre a cadeira no Senado.
O senador afirmou ainda que, mesmo quando ele era cotado para ser candidato ao governo paranaense, sempre defendia que o projeto nacional era mais importante. “Vou participar ativamente da campanha de José Serra para presidente da República em todo País”, reforçou Alvaro que teve o projeto de disputar o governo rejeitado pelos caciques tucanos locais, que optaram por Richa.
Desde então, o senador tucano, para não expor ainda mais o descontentamento, se manteve afastado da política nativa. “Há uma razão ética e familiar para que não apoie o candidato do meu partido”, alega para não apoiar Richa.
Álvaro disse ainda que poderia ter o mandato cassado caso militasse por Osmar. “Se é importante eleger um governador, muito mais importante é eleger um presidente. Em benefício do projeto do Serra, vou ficar equidistante da eleição no Paraná. Não posso apoiar meu irmão por que seria infidelidade partidária. Poderia até ser expulso do partido e perder meu mandato”.
O senador tucano avalia ainda que o apoio a Osmar poderia beneficiar a candidata petista a presidência. “Mas não é só isso. É uma questão política. Apoiar meu irmão nesta hora é fortalecer o projeto de Dilma presidente. Um modelo que combato há oito anos”, disparou.
Álvaro criticou ainda a postura de políticos paranaenses que teriam trabalhado para evitar que fosse candidato a vice-presidência. “O Paraná sempre desejou uma participação nacional importante. Imagine o que um vice-presidente poderia trazer de benefícios. Muitas obras importantes aconteceriam. Foi uma perda irreparável. Não se pode fazer prevalecer o fenômeno autofágico. Alguns tentaram montar um palanque para Dilma e esqueceram dos interesses do Paraná. Surpreendentemente, Lula soube antes do que eu da indicação do meu nome e começou a atuar pata consolidar a candidatura do Osmar”, analisou. (A.B.)
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