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13 julho, 2010

Em 5 meses, “farra das diárias” custou R$ 30 milhões à Educação

do blog do Esmael Morais

* SEED está sob “intervenção branca” desde abril

De janeiro a junho, a Secretaria de Estado da Educação (SEED) torrou cerca de R$ 30 milhões em diárias para viagens de funcionários. Isso mesmo, em cinco meses, de janeiro a junho deste ano de 2010.
No final do mês passado, veio à tona a existência de uma suposta máfia das diárias na Superintendência de Desenvolvimento Educacional (SUDE), a antiga Fundepar. A diretoria do órgão foi trocada pelo atual governador Orlando Pessuti (PMDB).
Estima-se que o “furo” no caixa da SUDE, somente em 2009, beire R$ 1 milhão, de acordo com uma sindicância interna conduzida pela própria Secretaria de Educação. Se as investigações retroagirem a 2008 e 2007, somente naquele departamento, o rombo pode saltar para R$ 3 milhões.
As estripulias na SUDE foram parar no Ministério Público Estadual, pois há evidências de que a suposta máfia simulava viagens que não existiam, emitiam cartões corporativos fantasmas e tomavam esses cartões emprestados dos funcionários, que eram utilizados como laranjas.
Pois bem. Sob “intervenção branca” desde abril, a Secretaria da Educação parece padecer do mesmo problema do órgão coligado – a SUDE.
O atual diretor-geral SEED, Altevir Rocha, num dos primeiros atos administrativos, baixou norma restringindo viagens consideradas “desnecessárias”. A gritaria é geral e irrestrita contra ele.
A questão das viagens, além de custar caro ao erário, deixa o atendimento aos Núcleos Regionais e às escolas paranaenses à deriva.
Não é raro um chefe regional ou diretor de escola dar com os burros n’água quando procuram as autoridades educacionais onde se espera que deveriam estar: na SEED, no bairro Água Verde, em Curitiba.
Um funcionário de carreira da Secretaria, que já vivenciou outros quatros secretários anteriores, entrou em contato com o blog para fornecer informações sobre a suposta “farra das diárias” na pasta.
Segundo informações coletadas por ele nas duas centrais de viagens, que atendem a SEED, os campeões de viagem são a superintendente Alayde Digiovanni, a chefe do departamento de Educação e Trabalho, Sandra Regina de Oliveira Garcia e a assessora jurídica Tereza Cristina Lopes.
Outro funcionário, Wagner Roberto do Amaral, do departamento da Diversidade, também seria campeão em viagens.
“Eu tenho dó das pessoas que vêm à SEED em busca de ajuda. Primeiro, nunca encontram os diretores e chefias. Quando estão, atendem mal e humilham professores, diretores de escolas e chefes de núcleos”, denuncia o servidor de carreira da Secretaria da Educação.
“Desconfio que os salários são complementados com recursos de viagens”, continua.
Quanto aos gastos de R$ 30 milhões na SEED com diárias em apenas cinco meses, somente uma rigorosa investigação do MP, portanto externa, para sanar as dúvidas relativas ao exorbitante valor gasto nesse curtíssimo prazo.
Se houver desvios comprovados na SEED, como aconteceu na SUDE, os gestores devem ser punidos, pois, pela lei, são eles os ordenadores de despesas

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